A meu ver, a principal dúvida nas próximas pesquisas é sobre a migração de votos. Bolsonaro conseguirá atrair agora eleitores de Alckmin, Meirelles, Amoêdo e Álvaro Dias? Haddad conseguirá atrair agora (ainda mais) eleitores de Ciro e Marina? Em caso positivo, em que medida?
- O voto útil antipetista talvez renda mais pontos para Bolsonaro. Talvez. Mas a alta rejeição dele é um grande obstáculo para essa migração imediata.
- A rejeição de Haddad cresce conforme ele sobe. Já está alta. Mas, como ele tem um percentual menor do que Bolsonaro e ainda há um número elevado de eleitores que topam votar nele, pode crescer. Extrairia – provavelmente de Ciro – o voto útil anti-Bolsonaro, caso isso ocorra.
- Neste momento, não vejo fatores políticos que possam sugerir se essas migrações de votos ocorrerão – para um, para outro ou para os dois.
- Com ou sem voto útil, contudo, o cenário de segundo turno entre Bolsonaro e Haddad segue firme. Não há razão, por enquanto, para se vislumbrar outra disputa. Salvo um fator extraordinário, serão os dois.
- Somente uma combinação altamente improvável de fatores liquidará a eleição no primeiro turno. Bolsonaro teria que bombar (bem mais) e Haddad murchar bastante. Nada indica que essa combinação possa acontecer. Possível, mas muito, muito difícil.