Parece, mas talvez não seja: apesar das evidências de que o autor do atentado contra Bolsonaro tem problemas mentais, e apesar – até agora – das evidências de que ele tenha agido sozinho, muitos se apressaram a concluir que o ambiente de radicalização política do país causou, de algum modo, o crime. Alguns apontaram essa radicalização como fator indireto; outros, como causa direta do fato. É uma conclusão compreensível, mas talvez equivocada. Não se discute que campeia o ódio e a intolerância no país. As motivações para o crime, contudo, podem passar longe disso, ainda que esse ambiente sociopolítico revele-se um fator indireto distante. O difícil momento do país alavanca esse viés cognitivo: precisamos de uma explicação simples e direta para um crime tão abjeto. As relações de causa e efeito entre fatos sociais, políticos e criminais não costumam ser, infelizmente, simples como desejamos.
Nao foi o odio o gerou o atentado, mas sim a ganancia e a falta de escrupulos do MANDANTE.