Bolsonaro esfaqueado merece repúdio de todas as pessoas sãs; não se relativiza violência, contra quem quer que seja

Bolsonaro esfaqueado. Um candidato à Presidência da República esfaqueado. Um candidato que lidera as pesquisas para vencer o primeiro turno da campanha mais importante da América Latina esfaqueado. Este é o Brasil de 2018.

Preparem-se para a sequência de textos que minimizarão, direta ou indiretamente, a gravidade do crime. Há coisas que devem ser simplesmente condenadas – como tiros e ataques à faca. Valia para a caravana de Lula, vale para Bolsonaro, vale para qualquer político – qualquer pessoa.

O discurso de ódio e animosidade do PT não carrega para o partido, em um milímetro, a responsabilidade pelos tiros à caravana de Lula. Assim como o discurso agressivo e, não raro, de ódio de Bolsonaro não o torna responsável pelo ataque que sofreu, como alguns já sugerem.

Essa delimitação de responsabilidades precisa existir e ser aplicada com rigor e equilíbrio. É um princípio civilizatório. Vale para qualquer um – para aqueles com os quais concordamos e para aqueles com os quais discordamos.

Apenas para ficar no campo das hipóteses, Bolsonaro poderia ser indiretamente responsabilizado se um de seus eleitores tivesse esfaqueado um petista. Assim como Lula poderia ser indiretamente responsabilizado se um petista tivesse agredido um jornalista ou procurador.

A propósito, o discurso agressivo e de ódio de Lula contra jornalistas e procuradores já resultou em ataques. Além da tentativa de homicídio em frente ao Instituto Lula, caso notório, jornalistas já foram vítimas de agressões físicas.

É por isso que a violência não comporta nuances. Deve ser condenada, jamais tolerada e racionalizada com fins ideológicos. Nenhum partido ou político tem monopólio no manejo dela, à esquerda ou à direita, aqui ou em outros países.

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